Era praticamente um Romeu e Julieta, só que da minha avó. Foi apaixonada a vida inteira por um rapaz que entregava jornais, mas seu pai, muito severo, nunca permitiu seu amor. Descrevia com emoção as fugas noturnas que faziam, e as táticas que utilizara para voltar pra casa. Minha avó, quem diria!
No meio do caderno havia uma foto dela junto dele quando era nova. Era tão bonita, tão meiga, tão... menina! Ele tinha um aspecto simples e frágil. Um casal diferente, com certeza.
Passei direto para o fim para tentar saber o que aconteceu. Mas não foi nada, o caderno acabou no meio, entre uma fuga e um retorno, e o que sobrou foi uma esperança, um passado, uma dúvida e um amor.