Pi, pi, pi, pi, pi, pi, pi.
- Os batimentos dela estão ficando estáveis, é só dar mais uma dose de anestésico e logo ela estará melhor. – Voz desconhecida. Um médico novo.
Minha mente já não conseguia assimilar muito bem as imagens, tantos problemas e nenhuma solução. Nada disso precisava ter acontecido.
Novamente dormi.
Depois de mais algumas horas naquele quase estado de coma que já me era comum, abri os olhos devagar e lá estava minha mãe. As imagens vinham como vultos, mas eu reconhecia sua voz solene, e ao mesmo tempo desesperada falando em meu ouvido:
- Isso tudo vai melhorar, querida.
Ela falava como se ainda tivesse solução, mas eu sabia que já era tarde de mais. Talvez, somente talvez, se fosse ele a dizer aquilo... Mas ele não estava presente, mais uma vez me abandonou.
- Como ela está, doutor?
- Sinto muito informar, mas seu estado é cada vez pior. A pneumonia está mais grave, e a diabetes não a deixa mais ver. São muitas doenças, mas essas são as mais graves no momento.
- Mãe, onde ele está? – Finalmente perguntei, com um tremendo sacrifício.
- Hm... Ele disse que não vem querida, disse que não conseguia te ver.
- Eu estou tão mal assim? – lágrimas, agora não, por favor.
- Eu vou sempre te amar, Amy.
As palavras delas só demonstravam mais ainda o meu estava de calamidade. Nada disso teria acontecido se eu a tivesse escutado e não me envolvesse com o Taylor. Foi ele quem me trouxe para essa vida. E não foi necessário mais do que uma noite, mais do que um furo, que acabou com toda a ela.
Uma dor correu por todo o meu corpo, senti minhas extremidades formigando, ela era tão infame que não era sentida em apenas um lugar. Não foi bem como eles dizem, não vi uma história passando em minha cabeça.
Usei minhas ultimas forças para me sentar, olhei para todos aqueles fantasmas da minha mente, tinha um em especial naquele lugar. Mãe. Não a via perfeitamente, mas me foquei no lugar aonde presumi que seriam os olhos.
O Último suspiro.
Adeus.
Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.